segunda-feira, 6 de julho de 2009

A PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO

(Mateus, capítulo 13º, versículos 24 a 30, e 36 a 43)

Um semeador, durante todo o dia, semeou grãos de trigo no seu campo.
Ao por do sol voltou para casa, cansado, mas, feliz por haver realizado sua missão de trabalho. Se¬meara trigo e estava contente porque aquele trigo seria, em breve, transformado em pão, para ali¬mento de muita gente.

Porém, esse homem tinha um inimigo que inve¬java suas plantações. O inimigo era mau e queria, a todo custo prejudicar as sementeiraS do fazendeiro.
“Que farei?” — pensava o inimigo. E teve a idéia maldosa de semear pequenas pedras no campo de trigo; mas, poderiam ser retiradas e seu ódio não ficaria satisfeito. Resolveu, então, semear joio onde o trigo havia sido semeado. Foi esse o plano maldoso do inimigo do semeador.
O joio é uma planta muito parecida com o trigo, mas, não serve para a alimentação do homem, po¬dendo até envenená-lo. Eis porque o inimigo do fa¬zendeiro quis fazer a mistura do joio com o trigo no campo, visando prejudicar a colheita e causar males aos que se alimentassem do produto daquele campo.
O inimigo fez o que pensou. Durante a noite, enquanto o fazendeiro e seus trabalhadores dormiam, o homem maldoso entrou no campo e semeou joio no meio do trigal. Completada sua obra de ódio e ruindade, ele se retirou, cuidadosamente.
Algum tempo depois, quando as espigas de trigo já surgiam no campo, apareceu também o joio.
Então, os trabalhadores foram dizer ao fazen¬deiro o que haviam visto no campo:
— Senhor, não semeaste no campo somente boas sementes? Por que, então, está nascendo joio no tri¬gal?
O fazendeiro já havia descoberto tudo e respon¬deu aos servidores:
— Foi um inimigo que fez isso...
Os trabalhadores lhe perguntaram:
— Senhor, queres que vamos, agora mesmo, arrancar o joio?
O senhor, porém, lhes respondeu com uma expli¬cação:
- Não é possível fazer isso agora. Vocês sabem que o joio é muito parecido com o trigo.
Se vocês quiserem arrancar o joio, que foi plantado junto com o bom grão, arrancarão também o trigo, pois as raizes de ambos muitas vezes se entrelaçam. Deixem que cresçam juntos o joio e o trigo. Na época da ceifa, eu direi aos ceifeiros que colham primeiro o joio e o atem em feixes para queimá-lo; e depois juntem o trigo no meu celeiro.

*

Esta Parábola do Joio e do Trigo, Jesus a contou ao povo da Galiléia. Seus discípulos estavam presen¬tes, mas, não a entenderam. Quando Jesus chegou àcasa de Simão Pedro, os discípulos lhe pediram que lhes explicasse a parábola.
E o Divino Mestre interpretou-a com muita sim¬plicidade.
Que você, meu querido menino, preste atenção para entendê-la também. Eis a explicação de Jesus:
O Semeador, é Ele mesmo, Jesus, que semeia a boa semente.
O campo é o mundo, Terra onde vivemos.
A boa semente são os filhos do Reino, isto é, são as almas que ouvem o Evangelho e fazem todos os esforços para compreendê-lo e praticá-lo.
O joio são os filhos do Maligno, o que quer dizer, as almas que não querem ouvir as leis divinas nem as cumprir, mas, buscam os maus caminhos do vicio, da maldade e do pecado.
O inimigo, que semeou o joio, é o Diabo, palavra que traduz as Forças do Mal, os Espíritos das Trevas, que lutam contra a obra de Jesus, induzindo as almas ao crime, ao pecado e à injustiça.
A ceifa é o fim do mundo, isto é, a época da regeneração da Terra, quando o nosso planeta dei¬xar de ser um mundo de expiação e de provas para ser elevado à categoria de mundo de regeneração, com o surgimento do Reinado de Jesus entre os homens.
Os ceifeiros são os anjos. A palavra anjo quer dizer mensageiro. Os ceifeiros serão os Mensageiros da Luz, verdadeiros chefes invisíveis da humanida¬de; são os Grandes Espíritos que, em nome de Deus, dirigem os nossos destinos e vão presidir a trans-formação do mundo.
Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será também na época da Grande Regenera¬ção em nosso mundo. Haverá uma verdadeira sepa¬ração das almas obedientes das rebeldes. Os que desejam sinceramente o caminho do Bem e da Jus-tiça serão distanciados daqueles que, por gosto próprio, preferem o caminho da maldade e da injus¬tiça.
Os Grandes Espíritos presidirão a essa separa¬ção, que não está longe de ser feita. Todos os que cometem escândalos, maldades, injustiças serão des¬tinados aos mundos inferiores, onde serão purifica¬dos pelo fogo da dor e da expiação. Nesses mundos inferiores (que são o inferno de que fala o Evan¬gelho), as almas rebeldes sofrem imensamente. Mais tarde, você vai ler os livros de André Luiz, psico¬grafados por Francisco Cândido Xavier, e verá como é triste o destino das almas que se colocam contra as leis de Deus.
Outro, bem diferente, é o destino dos justos, das almas obedientes e fiéis. Disse Jesus: “Elas brilha¬rão como o sol, no Reino de Deus”. Aqueles que, neste mundo, buscarem fazer o bem aos semelhantes e cumprir os mandamentos divinos, serão, na Eterni-dade, Espíritos bons e dignos, seres felizes, belos e resplandecentes. Eis a recompensa que Deus destina aos Seus filhos bondosos e fiéis.

*

Entendeu, filhinho, a Parábola do Joio e do Trigo?
Medite bem nela. Seja no mundo a semente de trigo, crescendo sob as bênçãos de Deus, para se transformar numa espiga loura e bela. Seja um filho do Reino, sempre obediente à Lei Divina.
Não permita que as Forças do Mal — Espíritos das Trevas —, lancem no seu coraçãozinho o joio da rebeldia e da maldade, dos pensamentos pecamlno¬sos e indignos.
Salomão já ensinava, há três mil anos: “Acima de todas as coisas que se devem guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios, 4:23).
É uma grande verdade, meu filho. Guarde o seu coraçãozinho para o Divino Semeador. Receba so¬mente as sementes do trigo celeste, que são os ensi¬nos de Jesus e as inspirações do bem.

TRANSCRIÇÃO DO TEXTO EVANGÉLICO (Conforme Novo Testamento, Tradução Brasileira, Sociedades Bíblicas Unidas, Rio.)

A PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO
(Mateus, capítulo 13º, versículos 24 a 30, e 36 a 43)

24 JESUS lhes propõs outra parábola: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo.
25 Mas, enquanto os homens dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se.
26 Porém, quando a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio.
27 Chegando os servos do dono do campo, disse¬ram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Pois donde vem o joio?
28 Respondeu-lhes: Homem inimigo é quem fez isso. Os servos continuaram: Queres, então, que vamos arrancá-lo?
29 Não — respondeu ele —, para que não suceda que, tirando o joio, arranqueis juntamente com ele também o trigo.
30 Deixai de crescer ambos juntos à ceifa; e no
tempo da ceifa direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o
joio e atai-o em feixes para o queimar, mas recolhei o
trigo no meu celeiro.
36 Então, tendo deixado as turbas, entrou Jesus em casa. E chegando-se a eles, seus discipulos, dis¬seram: Explica-nos a parábola do joio do campo.
37 Ele respondeu: O que semeia a boa semente éo Filho do Homem;
38 O campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do Maligno;
39 O inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os ceifeiros são os anjos.
40 Pois assim como o joio é ajuntado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.
41 O Filho do homem enviará os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino tudo que serve de pedra de tropeço e os que praticam a iniqüidade.
42 E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali have¬rá o choro e o ranger de dentes.
43 Então, os justos brilharão como o sol no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.

Referência: Histórias que Jesus contou, de Clóvis Tavares.

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